Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do Exercício: Atividades dos Verbos
Participantes da Cena:
Grupo de Elaboração: Augusto, Cobra e Djeisa
Autor: Augusto
Título: O Trágico dia de um Bombeiro

Era mais um final de turno para a Corporação de Bombeiros de Piracicaba.
Onde encontramos um renomado Sargento do Corpo de Bombeiros, o Sargento Farias.
Naquele fatídico dia 06 de novembro estava ele, saindo como sempre fez durante 10 anos de serviço. Despediu de seus colegas de trabalho e seguiu em destino a sua casa passando pelo tão diferente  Edifício Luiz de Queiroz, parou momentaneamente para olhar e continuou até que então quando virando esquina caminhou mais alguns minutos ouviu um estrondo, a princípio não sabendo o que era ficou desesperado, procurava para todos os lados e quando olhou para trás e foi quando levou um enorme susto o prédio havia caído, logo em seguida levantou uma intensa poeira sobre a cidade, quando se aproximou e viu que o prédio havia caído mesmo,  meio que sem acreditar tentou entrar em contato com a Corporação, mas sem sucesso optou então por tentar estabelecer a ordem pessoalmente assim evitando curiosos e procurando possíveis sobreviventes sob os escombros.
Enquanto isso as pessoas que passavam pela rua e pessoas que tinham parentes que trabalhavam no prédio mobilizaram-se e foram pra la o mais rápido possível na esperança de encontrá-los com vida.
O Sargento Farias coordenou as pessoas que ajudariam a retirar os primeiros destroços até o momento que chegou o reforço; embora mesmo ele sabendo que a chance de se encontrar alguém com vida era muito pequena devida a proporção do acidente....




Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do exercício: Atividade dos verbos
Participantes da cena: Djeisa, Reisla e Samuel
Grupo de elaboração: Eduardo e Reisla
Autor: Eduardo
Título:  Ela já não reagia

Num primeiro momento, a queda  do edifício comoveu a população da cidade, não havia quem  não olhasse  para os escombros e revivesse o luto. Algo como um  ferimento mal-curado, vez ou outra volta a incomodar. Porém, com o passar do tempo a estrutura nefasta que jazia na praça Jose Bonifácio foi retirada. As questões a serem resolvidas são ausência de contratos, investimentos sem retorno, maquinas desvalorizadas e funcionários que voltavam das férias coletivas exclusivamente para recolher seus objetos  e voltar para casa.
A ex-gerente  organiza seus objetos numa caixa de papelão exatamente igual as caixas carregadas pelos funcionários. Neste momento não há diferença entre executivos e porteiros: todos foram demitidos. A construção civil em Piracicaba retrai-se e volta ao modelo menos arrojado de construção, onde não são necessários tantos funcionários.  A meses a construtora acumulava prejuízos de forma que a redução no quadro de funcionários era questão de tempo.
Com a consciência de que dificilmente teria outra oportunidade de reconstruir sua carreira, ela resolveu caminhar até sua casa sem pressa, como se não houvesse ( e realmente não havia) mais nada a perder. O relógio de pulso antes apressado, indica uma nova realidade: a partir daquele dia as horas custariam a passar. Ao chegar a casa deixou a tudo que carregava pelo caminho, tirou os sapatos e dirigiu-se à cozinha, embora não sentisse fome. Sentou-se numa cadeira e teve dois pensamentos: (a) Tudo pode acontecer a qualquer um. (b) É melhor estar preparado. Ela não estava. Concluiu que não havia mais motivo pra se levantar... Deixou-se então ficar. E os dias passaram, as estações se alternaram mas ela já não reagia...

Exercício de Escrita Narrativa

Descrição do exercício: Atividade dos verbos
Participantes da cena: Djeisa, Neriane e Cobra
Grupo de elaboração: Neriane, Samuel e Wilma
Autora: Wilma
Título: E Tudo ruiu

E tudo ruiu

Quis levantar-se, mas suas pernas já não a sustentavam mais ela não acreditava no que ouvia, não era real, não poderia ser real, as palavras já não faziam mais sentido, não as entendia.
   Precisava vê-lo, tocá-lo e constatar que tudo não passava de um mal entendido, mas não conseguira se mover, ouviu o irmão consolando-a, mas suas palavras não amenizavam o que sentia, quis gritar, mas a voz não saiu, ficou ali senta perdida em seus pensamentos não saberia dizer quanto tempo se passou, se foram horas, minutos ou segundos...
  O que a trousse de volta foi seu irmão lhe chamando e olhando em seus olhos viu a dor e a compaixão que eles transbordavam, e tudo aconteceu tão rápido não podia mais se conter reuniu toda e qualquer força que lhe restava, levantou-se e correu, correu com se pudesse parar o tempo e evitar o que aconteceu e em meio às preces desesperadas que fazia e o choro que já não continha, de repente tudo escureceu.
  Sentiu o lençol frio sobre seu corpo, só então abriu os olhos e se deu conta de onde estava foi tomada pelo desespero e por uma profunda angustia não sabia como fora parar ali e o porquê dela estar ali se quem precisava de ajuda não era ela e sim seu marido, mas a ajuda nunca chegou a tempo.
 


PROTOCOLO de Ensaio nº 3


   Piracicaba, domingo 23 de janeiro de 2011
             Presentes > Grupo Forfezinho e Direção Felipe de Menezes <
Bom, hoje nós do Forfezinho tivemos mais um encontro, falamos um pouco sobre a história de Piracicaba no século XIX e XX. Esclarecemos alguns pontos importantes, discutimos a respeito do projeto COMURBA. Onde foram abordados aspectos positivos e negativos sobre os seminários apresentados e foi dado um roteiro de pesquisa para que possamos ter uma organização melhor sobre o trabalho.

Palavra de encerramento >>POR QUE?<<
Reisla.

Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do exercício: Atividade do espelho
Participantes da cena:
Grupo de elaboração:
Autora: Reisla
Título: Lembranças de Ana                  


Lembranças de Ana

Tudo se passa em algum momento do passado de Ana. Era dia, Ana sempre acordava bem cedo como de costume, arrumava o cabelo, tomava seu café e saia para trabalhar.
Num dia qualquer ao sair para o trabalho, Ana vivenciou uma cena da qual ela nunca havia se esquecido.
Teus olhos pararam e ficou fixos, o coração batia forte, e o seu corpo suando frio tremendo. E Ana trêmula sem fazer nada. E esses olhos viram como seus ouvidos ouviram muita gente gritando, crianças chorando, mães em desespero, e muita gente morta.
E Ana ali parada perdida em seus pensamentos...
De repente tudo renasce.


                                                                    Reisla



Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do exercício: Atividade do espelho
Participantes da cena: Reisla,Samuel
Grupo de elaboração:Cobra,Sassá e Eduardo
Autor: Matteus Cobra
Título: Destinos Cruzados

Destinos Cruzados

 Era cedo, as nuvens se movimentavam vagarosamente pelo céu, numa dança onde da sua  união e misturas geram novas transformações. Olhando pela janela, ela via as primeiras pessoas na rua, resolveu então se arrumar, pois havia prometido a sua mãe ajudá-la com as tarefas da casa. Foi ao banheiro, e pelo espelho ela via uma jovem mulher de olhos amendoados, cabelos compridos e volumosos com um rosto de traços marcantes cuja descendência provém da Itália. Trocou de roupa, e logo que saiu do quarto, sua mãe já a aguardava. D. Isabel mulher de fisionomia cansada da típica viúva que batalhou como pode para criar sua única filha, gostaria de ter tido mais, porém perdeu o marido muito cedo, em um acidente. As duas então iniciam a faxina no lar.
Dinheiro fácil, mulheres, tudo isso em um curto prazo de tempo. Esses são os planos João Alves, mais conhecido pelas redondezas como “Johnny Oportunista”, pois sempre que pode tenta ganhar vantagem em qualquer negócio. Cresceu com as leis das ruas, onde sempre o mais esperto ganha, perdeu os pais cedo, então tinha suas próprias regras. Havia acabado de vender um rádio velho e quebrado, dizendo que era “antiguidade da segunda guerra”; estava rindo à toa de sua própria esperteza. Virou uma quadra e estava chegando à velha pensão da  D. Amélia. Não suportava o lugar, as pessoas, porém fazia-se de bonzinho, pois assim, “a velha” como ele diz, o deixava ficar no quarto, por um preço mais barato. Era uma pequena pensão pequena próxima a catedral, numa rua de pouco movimento, onde as crianças brincavam na rua. Uma bola vinha em sua direção, assim para acabar com a brincadeira tratou de furar a bola, olhando para as crianças e devolvendo com prazer e rindo muito, ultrapassou o pequeno portão, olhando para o céu e vendo como aquilo estava parecendo com o seu  espírito, escuro e se preparando para uma forte chuva, mas algo, além disso, estava em sua mente: os planos de logo deixar aquela cidade que lhe trouxe tanta tristeza e amargura.
Isabel e Júlia haviam  acabado as tarefas de casa, com um beijo na testa D. Isabel agradece a ajuda da filha, que parte para o banho. Julia apressou-se no banho, queria logo ir ao trabalho antes que começasse a chover, e, além disso, estava empolgada, pois ficara sabendo que as mulheres estavam lutando pelos seus direitos e ganhando mais espaço no mercado, devido ao golpe militar. Ela trabalhava em um gabinete político que defendia a causa das mulheres, e tudo isso pra ela esta sendo ótimo, pois não gostava das diferenças que havia entre homens e mulheres  . Estava se arrumando pra sair, deu um ultimo retoque de batom, foi até a mãe que terminara de preparar algo pra ela levar para comer, deu-lhe um beijo carinhoso na testa e disse como sempre fazia ,quando ia trabalhar,”Mamãe, já volto” como se isso fosse o código das duas para que se sentissem bem, trocaram um ultimo olhar de ternura, e Júlia partiu para o ponto pegar o bonde que a levaria ao trabalho.
    Johnny Oportunista olha pela janela de seu quartinho da pensão, ao mesmo tempo em que arruma suas malas, não havia muito, pois economizara como pudera para logo poder partir dali, duas ou três peças de roupas e seu chapéu que sempre usara. Seu chapéu era como sua identidade, tinha um apego muito grande, pois o conseguira em uma aposta, onde depois disso quase nunca o largara. O chapéu e sua falha barba o classificaram sempre como o malandro do bairro, corpo magro, balanço no andar, nunca teve problemas com mulheres, sempre teve talento para as coisas levianas da vida, um típico “boa vida”. Logo que terminou de arrumar a mala deu uma ultima olhada para cada canto do minúsculo quarto, não havia muito que olhar uma cama, logo ao lado um criado-mudo escalavrado, no outro canto um pequeno e puído guarda-roupa e uma mesa com cadeira. Assim sendo, vestido com trajes de viagem que conseguira num brechó, partiu tomando cuidado para não cruzar com nenhum inquilino fuxiqueiro que lhe parasse e disparasse uma torrente de perguntas, em meio à forte chuva que assolava Piracicaba.
No alto do céu  lutando contra  chuva, um pássaro, que   junto com seu bando procurou abrigo, mas sem sucesso. Pousou em um fio de alta tensão, em um poste próximo ao majestoso prédio do Comurba, era início de tarde onde todos apesar da chuva, realizavam suas tarefas, seus compromissos, homens mulheres e crianças, caminhavam pela calçada. Porém, como lampejo do seu reflexo animal, puro instinto voou, não só ele, mas todos. Tudo aconteceu de repente como se aquele segundo fosse uma centena de anos, o prédio que outrora estava ali, desabara era como se as terras abaixo haviam sido fundidas e explodidas por algum fato terrível — o desastroso cataclismo que lançara aquela parte do mundo para o fundo de si-mesma.
Ao mesmo tempo em um bondinho Júlia, estava  a poucas quadras do seu trabalho, o bonde vinha lotado, devido a forte chuva e ao horário, todos se apertavam para conseguir um lugar, quando de repente, ouve-se o forte estrondo, vindo proximo dali.
Bem ao lado da catedral, Jonny caminha para pegar o onibus de viagem, quando foi pego também pelo forte estrondo.
Logo após o barulho, havia che­gado a densa camada de poeira  e entrado nas áreas devastadas; a envenenada escuridão daquele lugar que outrora fora florido, agora se estendia em toda a volta deles, ouvia-se por todos os lados pedidos de socorro, pessoas desesperadas, corpos esmagados ,de homens ,mulheres e crianças, ninguém se viu livre da fatalidade.
Julia viu-se em transe diante dos horrores que se desen­rolavam,o bonde  passava pela prudente  no momento da queda do edificio por pouco o bonde não é atingido por alguma lage, porém o condutor perde o controle e acontece um acidente, que por pouco não a mata, sai apenas com algumas escoriações.Johnny atravessa a praça, rumo aos destroços, estava com um pouco de medo, mas isso não o impediu de ir até lá em pensar que em meio a essa desgraça poderia faturar, era uma oportunidade única, jóias nas lojas ,dinheiro ou objetos de valor, poderia lhe sustentar por um ótimo tempo. Andava com cautela pois não enxergava em meio aquela poeira e também não estava nem um pouco afim de ajudar ninguém,pensou consigo mesmo ,que isso era bem feito pra essa cidade que só o fizera sofrer, fria e calmamente se deslocada pra uma loja de jóias que ficava quase ao lado do Comurba que foi atingida por pedaços das lajes do edifício, ignorando os constantes pedidos de socorro que vinha de todos os lados. Julia tentava procurar uma saida para aquele labirinto de poeira e terra, porém sem exito, só queria sair dali, desesperada, pensava na mãe e como ela ficaria se soubesse da sua morte, pois sabia que corria risco estando ali, tenta respirar, porém o ar está rarefeito, os olhos começam a ficar marejados com as esperanças se esvaindo, sabe que se pedir ajuda, será em vão pois tantos outros a faziam do mesmo modo, sem nenhum retorno. Mal conseguia andar, havia madeira, vidros quebrados, pedaços gigantes de concreto e como um mantra infernal, os constantes gritos de horror, de pessoas feridas e a sua volta uma ou outra pessoa morta esmagada pelos destroços. Logo ali a sua esquerda vê o que pode ser uma possivel saída, porém a sua direita ve uma menina com um pouco mais de 7 anos sozinha chorando, está com um corte na cabeça, roupas rasgadas chamando pela mãe, em um lugar onde a qualquer minuto o letreiro de uma loja de jóias pode cair sobre sua cabeça. Julia encontra numa dificil situação: Proteger a própria pele, ver sua mãe novamente ou socorrer  a pobre garota?
“Finalmente, nunca vou ter o que sempre sonhei”diz rindo Johnny, com seu corpo magro consegue ,entrar na loja onde ve o dono desmaiado, não dá bola empurra ele para o lado verificando antes se ele não possui algo de valor e vai logo saqueando e pegando da vitrine e do chão as jóias e colocando em sua mala, como uma criança numa loja de doces ele realiza o saque na loja com os olhos brilhando em êxtase até esquecendo por um segundo onde se encontrava, começa a cantarolar feliz da vida “New York”, aos saltos termina de rapar a loja. Ao fundo ouve o choro constante de uma criança, quando olha para fora da loja ve a criança de costas chorando ao lado do que outrora foi a sua mãe, “não se preocupe criança, você vai aprender o mesmo jeito que eu aprendi, sofrendo, que a vida nunca é, foi e jamais vai ser fácil, seja esperta  que você conseguirá viver, como diz o velho ditado “o mundo é dos espertos”, fala isso, porém a criança não ouve, apenas chora. Ele se dirige a saída.
“Eu não quero viver com uma imagem da uma criança que eu poderia ter salvado, ou pelo menos ter tentado salvar” pensa Júlia, assim, superando seus medos, cria forças  e corre em direção à criança.
Ao sair, Johnny vê que o letreiro está prestes a cair, e sem pensar no que estava fazendo dá um forte empurrão na criança, que se desequilibra e cai sentada enquanto ele se protege do letreiro que cai e por um triz não os atinge. "Criança estúpida que não faz nada além de chorar! Bem pelo menos evitei que sujasse meu terno com o seu sangue" disse enquanto tirava poeira de sua roupa. No seu subconsciente João Alves sabia que a tinha salvado para que ela pelo menos possa viver e construir um futuro melhor e diferente do qual ele construiu. Julia chega logo depois ao ocorrido, ofegante, vai até a criança, que continua chorando, ela a abraça e tenta acalmá-la, nisso Johnny pega sua mala e prepara para ir à direção contrária na qual a mulher veio. "Espere! Você está bem? Por pouco também não foi atingido, vamos procurar ajuda juntos!”.  Johnny que estava de costas para ela, coloca com calma a mala ao chão e se vira com um olhar de superioridade, a medindo de alto a baixo, respira com desdém e diz "Eu  não lhe devo satisfação alguma, sou um homem que anda só e vivo de oportunidades, andar com vocês só me trará prejuízo e perda de tempo, você está por conta própria". Julia o olha com indignação e quando pensa em dizer algo, um grande pedregulho que estava logo acima das lojas se desprende, ela tenta correr, porém se desequilibra e cai, a criança rola e não se fere o pedregulho atinge suas pernas e a deixa impossibilitada de se movimentar. Johnny Oportunista apenas assiste a cena sem mover um dedo para ajudar. Uma dor lancinante a domina, tenta mexer a perna e não consegue, a visão ia e vinha ficando escura, mas antes olha nos olhos de Johnny sussurrando “quebrei a perna, me ajude”, porém o que vê lá é uma escuridão infinita, sem esperança, pura amargura, uma frieza que nunca havia visto. Antes de ela perder a consciência Johnny também a olha nos olhos e em  seu rosto, onde outrora havia força, agora há horror, desesperança e pavor. Ao longe se podia ouvir o som da sirene, indicando que logo a ajuda estaria a caminho. Nisso Julia perde a consciência vendo Johnny se virar e ir embora cantarolando o hino de Piracicaba feliz como se nada daquilo tivesse ocorrido.
                                                               
                                                           Matteus Cobra

Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do exercício: Atividade do espelho
Participantes da cena: Sassá e Neriane
Grupo de elaboração: Thaís, Djeisa e Samuel
Autor: Samuel Fernandes
Título: Homem na chuva


Homem na chuva


Após uma longa jornada de trabalho Sr. Jorge arruma suas coisas e se prepara para o retorno a sua residência.
Cansado, mas sempre bem humorado, se despede de seus companheiros de trabalho. Sr. Jorge, ao apontar o pé para fora da empresa, vê que naquele momento chovia muito, Não poderia chegar a sua casa sem um guarda-chuva.
Pensou por instantes... E decidiu que um banho de chuva após um dia exaustivo poderia cair muito bem e lavar sua alma.
Começou uma caminhada lentamente até sua casa, e no caminho foi observando a paisagem, e como tudo se transforma, e o efeito que a chuva tem sobre as coisas. Calculou que em alguns minutos estaria bem próximo ao seu destino. Chegando lá tomaria um chocolate quente, após o banho deitaria em sua cama para repousar.
Caminhava pensando em tudo o que havia feito naquele dia, sentindo o vento e a chuva que molhava seu rosto, quando de repente ouve-se um “tiro” que por um instante o deixa em estado de alerta! Olha para um lado e para o outro um tanto assustado, não sabe se corre ou se fica parado. Em seguida um grito de socorro que vem da casa velha abandonada a sua frente. Logo pensou que alguém estaria em apuros e no mesmo momento correu em direção a casa para prestar ajuda. Correu. Parou. E pensou no “tiro” que havia escutado alguns minutos atrás, foi caminhando com cautela até a casa velha.
Olhou pela janela e observou que tudo estava fora do lugar e revirado, a porta estava entreaberta, e foi entrando com muito cuidado.  Já dentro da casa, quase ao centro do cômodo ele parou. Observou novamente tudo a sua volta, se moveu mais um pouco, quando de repente sentiu um tremor muito grande que estremeceu a casa toda. Avistou que a sua direita havia uma pessoa caída e com um ferimento no peito. Mesmo assustado com o tremor, correu e pegou a vitima nos braços para tirá-la dali o mais rápido possível, Correu com muita agilidade em direção à porta, mas foi em vão, tudo veio abaixo no local. Por sorte, conseguiu ficar embaixo de uma tora de madeira que salvou sua vida e da pessoa que carregava nos braços.

                                                                  Samuel Fernandes



PROTOCOLO de Ensaio nº 2


Protocolo do segundo domingo de 2011 – 16/01/2011
Presentes: FORFEZINHO e Orientadores FORFÉ (Felipe de Menezes, Jefferson Matias, Thaís Dias, Denilson Oliveira e Marcos Rogério de Sousa)
Estamos em processo de trabalho, um processo desafiante! Nossas atividades são muitas e diversas, mas estão em interligação contínua para um mesmo objetivo. Trata-se de um projeto que precisa de um planejamento minucioso, com procedimento de trabalho, método, etapas, pesquisas, para que se chegue ao produto final. Tudo isso é necessário, porém mais necessário ainda, para que tudo se concretize, é a vontade, prontidão e ação de seus idealizadores.
 Esse domingo realizamos várias atividades, iniciamos com alongamentos e jogos dinâmicos, que permitem movimentação corporal, concentração e relação com o outro; envolvem treinamento mental e físico. Aprendemos com nosso orientador Jefferson, três golpes, movimentos com bastão. Exercitamos repetidamente os três movimentos e entendemos o quão necessária se faz a concentração, consciência corporal e espacial para a realização do mesmo. Percebi que tenho ainda muito que desenvolver nesses aspectos. Foi muito interessante realizá-lo, foi muito gostoso aprender algo que nunca havíamos feito.
Após a primeira parte do encontro, iniciamos uma atividade específica, um jogo de improvisação, JOGO DOS VERBOS. Foi-nos solicitado que escrevêssemos verbos que indicassem ações, mas ações que pudessem ter relação com o COMURBA. Eu escrevi DESMAIAR, outros colegas escreveram PEGAR, COMANDAR... Não me recordo exatamente de todos. Bem, o jogo se deu da seguinte forma: alguém levantava, pegava um papel que continha um verbo escrito e ia para a cena... Tínhamos que transpor o verbo do papel na ação concreta. Nossos colegas entravam em cena e tinham que improvisar, poderiam interferir na cena do outro, que estava concretizando o verbo escrito, ou não. Todos entraram e saíram de cena várias vezes. Após os verbos serem postos em prática por nós nas cenas, sentamos para conversar a respeito. Em duplas e trios, pudemos discutir o que havíamos feito e visto nas cenas dos colegas. Cada grupo escolheu uma cena para a atividade da escritura (a ideia é que tudo o que for feito em sala de ensaio possa ser, por nós mesmos, escrito. Todas as atividades e cenas que forem ocorrendo ao longo do processo terão o registro no papel. A escrita é feita em casa, mas com detalhes e informações já anotadas e conversadas em sala de ensaio). Sempre que recebemos a função de ir para casa escrever, já temos consciência que essa atividade faz parte do processo, é uma pequena parte do todo, portanto a cada encontro alguns ficam encarregados de escrever e compartilhar com o grupo, no encontro seguinte, o que produziram. A proposta de trabalho também objetivada por Felipe, é que todos tenhamos, além da atuação, a oportunidade de nos experimentar na dramaturgia e na direção, por isso teremos atividades de mergulho nesses âmbitos. Voltando à atividade do verbo...
O meu grupo escolheu e discutiu sobre a cena da Djeisa (o desmaio) composta também de mais duas personagens: alguém que fazia a limpeza do chão e alguém sentado que tossia horrores. Na nossa discussão entendemos que o ambiente podia se tratar de um hospital, portanto vamos construir a narrativa partindo dessa ideia. Wilma ficou encarregada de produzir.
Tudo o que fazemos se relaciona com nosso projeto COMURBA: Um grito silencioso, sendo assim, todas as produções, sejam na teoria ou na prática, tem que ter relação com o fato ocorrido em 64. E para realizar tudo o que vem sendo planejado, estaremos nos encontrando durante a semana e aos sábados também. O trabalho não se restringe aos domingos, é necessário estarmos nos encontrando em outros momentos para discutirmos a pesquisa, o processo, planejar as ações e ensaiar.
Após o exercício dos verbos, todos apresentaram a escritura que produziram durante a semana (relacionadas com o encontro do domingo anterior – 09/01, onde, a partir da atividade do espelho, selecionamos frases, sentamos em grupos e discutimos o que foi visto para posterior escrita). O texto que eu produzi se chama Era tarde...[1] Para essa elaboração me apoiei em dois elementos que o orientador Felipe nos propôs. O primeiro elemento era a relação que a produção textual deveria ter com o COMURBA, o segundo elemento era a escolha de uma narrativa como inspiração, seja pela forma ou pelo conteúdo. Inspirei-me no texto Vicente do autor Miguel Torga, nesse texto encontrei sentimentos como inconformismo e impotência e frases que se encaixaram belamente no meu texto. Após mais essa atividade, iniciamos outra: o seminário de pesquisa histórica.
Para o seminário de pesquisa histórica nos dividimos em grupo. O primeiro grupo, que apresentou o trabalho esse domingo, se formou com Neriane, Djeisa, Wilma e Cobra, portanto o meu grupo. Ficamos responsáveis por falar da fundação da cidade de Piracicaba. O segundo grupo (Samuel, Augusto, Reisla e Eduardo) está responsável por tratar do século XIX e XX e apresentará no próximo domingo (23/01); o terceiro grupo é o grupo todo, que tratará do COMURBA (dia 30). Nós nos encontramos três dias para planejar esse seminário, estudamos juntos – eu ganhei muito com esse estudo em grupo –, levantamos as informações que julgamos necessárias para serem expostas aos demais. “Preparamos as malas e embarcamos nessa viagem”. E, por infelicidade, após o trabalho apresentado e após a minha reflexão particular compreendo que, esquecemos algo essencial: o contexto em que tudo se dava. Tratamos de história, mas não tratamos do contexto que é sempre indissociável da história. Mas falarei disso um pouco mais adiante. Vamos à apresentação.
Nosso grupo quis tentar uma forma diferente de trabalhar com as informações estudadas e retiradas das fontes (livros). Quisemos fugir de uma apresentação formal, não optamos, portanto, por uma explanação oral, tampouco escrita. Pensamos em formas teatrais e em jogos, pensamos “N” coisas. Tivemos a ideia de fazer um Quiz, com um apresentador, perguntas e respostas, provas... Assim fizemos. No decorrer e posteriormente à atividade, foi me ocorrendo – que fique claro que a princípio é um pensamento particular – que talvez não tenhamos conseguido passar realmente as informações necessárias sobre a fundação da cidade. Nós nos divertimos e perdemos um pouco o foco.
A atividade foi legal, mas o principal era a história da cidade. Fui começando a ter um pouco mais de clareza sobre o que fizemos quando Denilson (orientador) comentou as suas impressões da apresentação. Esclareceu-nos que “quando nos colocamos na condição de pesquisadores de determinado objeto, para embasarmos um processo criativo, devemos procurar entender as relações humanas, as condições sociais, aspectos econômicos”. Segundo ele é importante “entender as relações entre as pessoas, como se alimentavam, as relações de trabalho, os valores morais, narrativas míticas, folclóricas, formas de governo...”. As considerações de Denilson contribuíram muito conosco. O contexto é a essência e precisamos resgatá-lo para uma compreensão clara e um olhar crítico.
Após a apresentação finalizada, sentamos para ouvir nosso orientador Sassá (Marcos Rogério). Sassá nos orientou sobre as pesquisas e entrevistas que são parte de mais uma etapa do trabalho, nos deu algumas dicas e esclareceu sobre os procedimentos. Faremos as entrevistas com pessoas relacionadas ao COMURBA ou que tenham conhecimento sobre o ocorrido, qualquer informação nesse momento é preciosa. Precisamos estar preparados, planejar cada passo, saber o que questionar aos entrevistados. Sassá estará nos auxiliando, caminhando conosco, documentando muitas de nossas pesquisas.
Nos momentos finais do encontro, nos reunimos para receber as orientações individuais (além dos orientadores do grupo, cada membro do Forfezinho está recebendo orientação individual de interpretação, expressão corporal, artística etc.). O orientador individual tem a função de trabalhar as particularidades do orientando, é um trabalho mais focado, muito interessante para ambos. O Forfezinho tem oito membros e cada um dos oito tem um orientador. São três orientadores específicos para esse trabalho: Thaís Dias, Jefferson Matias e Vânia Lima. A minha orientadora é a Thaís, que também orienta Reisla e Djeisa. Jefferson é orientador de Eduardo e Augusto; Vânia orienta Cobra, Samuel e Wilma. Vânia não pode estar presente esse domingo, portanto os orientandos dela foram divididos entre os orientadores presentes. No meu grupo então ficaram: Eu, Djeisa, Reisla e Samuel. Com o Jefferson foram Augusto, Eduardo, Cobra e Wilma. Cada grupo ficou de um lado da sala. Sentamos em roda e recebemos alguns “cutucões”.
A minha orientadora relatou suas impressões sobre cada um de nós, o que já acompanhou desde que nos viu em cena pela primeira vez e o que vem acompanhando agora no nosso processo, – comentamos o quanto já aprendemos, o quanto os exercícios já nos ajudaram e o quanto hoje estamos maduros em relação ao início de toda nossa imersão teatral (em janeiro de 2010) – soube apontar aspectos positivos e particulares de nossa atuação, de nossa presença cênica e apontou também as nossas dificuldades, nos chamou atenção para aspectos em que temos possibilidades de crescimento. Thaís orientou-me a ter mais atenção com os meus pés, com o meu entrar e meu caminhar em cena, pediu que eu trabalhe com o lento e o leve. O corpo do ator em cena deve ser o corpo da personagem. Os orientadores estarão nos desafiando, estarão nos ajudando a perceber quais são os pontos que temos que trabalhar. O olhar do orientador é sempre na perspectiva de compreender quem é aquele orientando; quais são suas maiores dificuldades; quais são suas necessidades cênicas...
Thaís, durante a semana antecedente ao domingo, pediu que escrevêssemos um pouco sobre nós e elencou cinco fatores para refletirmos e respondermos por escrito. Num desses fatores questionou-nos sobre o que esperamos desse processo de orientação. Respondi que espero crescimento emocional, mental, corporal, pessoal e artístico.
 Acredito no crescimento. E, na verdade, o que sempre espero é o aprendizado, – que ele faça parte de tudo o que eu for fazer, de qualquer momento da minha vida – e nesse domingo, aprendi muito.
O aprendizado é transformador!

Palavras: COMURBA, DESAFIO, AÇÃO, ERRO.


Neriane Libardi




[1] Esse texto pode ser lido nesse mesmo blog, logo abaixo.







Exercício de Escrita Narrativa


Descrição do exercício: Atividade do espelho
Participantes da cena: Wilma e Cobra
Grupo de elaboração: Djeisa, Thaís e Neriane
Autora: Neriane
Título: Era tarde...


Era tarde...

Era tarde, e no céu as nuvens tomavam conta da imensidão.
Ela estava em casa, arrumando a prateleira das louças. Passava o pano úmido sobre a prateleira quando um quadro cai da parede, imediatamente olha o quadro no chão. Nesse instante percebe que está chovendo muito e em meio ao barulho da chuva se dá conta de uma movimentação lá fora. Uma preocupação tímida se abate sobre ela, o que estaria acontecendo?
Pega o guarda-chuva, abre a porta de casa e sai... Logo ali em frente um prédio havia desmoronado, mas não era qualquer prédio, era o edifício Luiz de Queiroz. Nesse momento se pergunta onde estaria seu pai. Corre em direção ao fato, há muita poeira, ratos e baratas passam por seus pés.
Há muita água no chão! Alguém em meio aos escombros, preso por uma placa de ferro, está mexendo os braços, suas pernas estavam presas. Suas palavras foram: Eu não consigo me mexer. Ela, em prantos, tenta ajudá-lo.
Os jornais noticiam o ocorrido: O Comurba cai!
Na consciência de todos a mesma angústia e a mesma interrogação.
Ninguém dava resposta às próprias perguntas. Os olhos cravavam-se na distância, os corações apertavam-se num sentimento de revolta impotente, e o tempo passava.


Exercício elaborado a partir da atividade do espelho
Compartilhado no encontro de domingo (16/01/2011)
Neriane
                      

PROTOCOLO de Ensaio nº 1


O início
             
              Estreando no blog COMURBA, o primeiro protocolo de 2011 descreve o encontro do dia 09/01. Após a pequena folga retomamos a atividade acordando o corpo (que no meu caso teimava em não acordar) fazendo alongamentos. Estica, abaixa,dobra, levanta...massageia. É bom estar de volta!

              Corpo trabalhado e aquecido, voltamo-nos as questões do COMURBA: jogo de espelho onde um grupo de provocadores jogavam frases que poderiam ser aceitas ou ignoradas conforme a vontade da dupla que executava as ações. As frases que mais impressionassem estes provocadores deveriam ser anotadas e inspirariam uma narrativa a ser entregues no domingo seguinte.

              Num terceiro momento, sentamo-nos para discutir o que vimos na Dionisíacas, discussão que nos ajudou a entender o tudo aquilo e onde se encontra Zé Celso na história do teatro brasileiro. Também obtivemos mais informações sobre o as atividades entregues, como os seminários a serem preparados e as pessoas que serão convidadss a conversar conosco. Embora algumas ações já tenham acontecido anteriormente, para mim o início oficial do projeto aconteceu neste dia, onde estavam todos presentes, exceto Augusto.
              
              Abraços e até.

                                                                                 Du!