PROTOCOLO de Ensaio nº 12

Domingo, 3 de abril de 2011

Hoje, iniciamos no engenho central ás 9:30 da manhã, o dia está chuvoso, no entanto não interferiu no encontro.
Estávamos todos lá, Augusto, Cobra, Djeisa, Eduardo, Neriane, Reisla, Samuel e Wilma, com o Sassá nos orientando.
Começamos com alongamento corporal passado pelo Sassá, em seguida fomos pular a corda, logo depois fomos trabalhar em cima das cenas.
Neriane iniciou dirigindo a cena do texto Destinos Cruzados, escrito por Matteus Cobra, com os seguintes personagens: Julia ( Reisla)
Johnny (Eduardo)
Isabel - mãe de Julia ( Djeisa)
Homem do Martelo (Augusto)
A cena inicia-se com Júlia deitada dando seu texto, a mãe no fundo do palco, logo entra Johnny e dá sua fala, Samuel e Wilma participam no fim da cena!
Em seguida fomos para a cena em que a Wilma dirigiu baseada no texto Era Tarde, escrito por Neriane Lidardi, com os seguintes personagens: Djeisa como a moça do cinema, Cobra e Samuel como as crianças
que brigam na rua de bolinha de gude.
Discutimos um pouco sobre a idéia da cena, depois Eduardo assumiu dirigindo o texto O homem na Chuva, escrido por Samuel Fernandes. Personagens: Augusto e Wilma.
A cena inicia-se com os dois deitados no chão, Augusto se levanta dando o texto, em seguida chega em casa molhado pela chuva! A cena acontece dentro da casa do casal...
Discutimos sobre o que vimos. Terminamos ás 13 horas com o exercício em que um de nós inicia como um objeto e o restante entra para fazer parte deste objeto.


Reisla Cacique

PROTOCOLO de Ensaio nº 11

27/03 – domingo
Local de encontro: engenho
Orientadores: Vânia Lima, Thaís Dias, Adriano Mota, Elias Lima, Sassá

DESCOBERTA

No ensaio de domingo, após um longo aquecimento e treinamento de concentração, sincronização, energia coletiva, improvisamos num exercício cênico, imagens coletivas, onde cada um se apropriava de um corpo, de um rosto, de um sentimento, para compor O TODO. Mas o mais interessante não foi o exercício em cima, mas o processo para se chegar até ele. Todas as atividades que realizamos antes foram fundamentais para entrarmos num estado de trabalho que contribuiu para a atividade final. Como é perceber o outro, a respiração do outro, os movimentos do outro, sem que você esteja olhando para ele? Descobrimos nesse ensaio! Aliás, individualmente e coletivamente fizemos grandes descobertas.
Para mim foi muito importante as experiências feitas nesse ensaio, tive respostas das quais já buscava faz um tempo. Até então, não estava conseguindo compreender como se apropriar de um corpo que não é meu, mentalmente estava claro para mim, mas corporalmente eu só compreendi agora. Essa compreensão se deu através de um exercício simples, onde eu deixei de movimentar meus braços, o movimento dos meus braços era cotidiano no meu corpo e não movimentá-los foi algo muito estranho. Nesse momento já não era mais eu, e as minhas indagações foram respondidas, as respostas não vieram teoricamente e sim corporalmente. Primeiro senti no meu corpo e depois compreendi. O estado era estranho e foi quando a Vânia disse algumas palavras a respeito do ESTRANHO e percebi que é por meio desse estado que, daqui para frente, encontrarei muitas outras respostas.
Cada um trás um olhar diferente do outro, cada um sempre tem alguma contribuição única para nos dar. É maravilhoso contar com todos e poder trocar aprendizado. No processo todo e desde quando nos reconhecemos por grupo, estamos aprendendo a trabalhar em grupo, estamos aprendendo a confiar no outro, a conhecer o outro e a conhecer a nós mesmos. Somente quando você se conhece, é possível trabalhar com o que é seu, com aquilo que se tem de melhor. Quando você percebe o coletivo num crescente, os componentes se superando, você entende que há coisas que só se conquistam em grupo.
Tivemos tantas sensações interessantes, tantas descobertas sobre os outros e sobre nós mesmos que decidimos que esse protocolo deveria ter um pouquinho de cada um, portanto seguem-se nas linhas seguintes palavras do coletivo. (NERIANE).

VISCERALIDADE

O grupo com suas sensações foi convidado a se ligar, CONECTAR, tudo através da respiração sincronizada. Após isso o grupo se unia e fazia uma foto, era a UNIÃO DAS SENSAÇÕES. Você, com suas sensações, SENTE o que vem do outro e usa a seu favor: VISCERALIDADE COLETIVA.
Uma mão, um olhar, o esconder a “foto” formada, traz uma NOVA CENA. Pequenos gestos modificam um CORPO todo.
Usar suas sensações do momento é o segredo. Se for cansaço, se for raiva, dor... Aproveite tudo isso, mas tudo tem que VIR DE DENTRO. (MATTEUS).

UNIDADE

Particularmente, acredito que este encontro foi útil para complementar  uma discussão que tivemos tempos atrás, sobre finalmente sermos uma unidade, em vez do coletivo de indivíduos que somos hoje. Ao mesmo tempo, percebo que evoluímos um pouco. (EDUARDO).

ESTADO

Durante os exercícios procurei explorar o máximo de mim e do meu corpo, se entregar por INTEIRO e tornar o mais REAL possível a atividade realizada pelo grupo.
Como comentei no bate-papo no final das atividades, percebi que eu TENHO instinto de proteger quem está a minha volta (por isso dos braços abertos na formação da imagem).
Foi uma atividade de muita força física e mental [...] que nos levou para outro estado de espírito.
 Me senti parte de um grupo que estava em situações de risco, lutando por sobrevivência, que em bloco, buscava o apoio no outro para VENCER as dificuldades.
Olhando pode até não parecer, mas foi uma atividade de esforço extremo, estamos todos cansados e com dores no corpo.
Apesar do esforço gerado, foi uma atividade gostosa que trouxe uma POESIA a e imagens belíssimas. (SAMUEL).

ENTREGA

O encontro trabalhou o coletivo de forma que todos entrassem em SINTONIA e fossem GUIADOS pelos movimentos espontâneos, espontâneos, mas com propostas; exigiu também CONCENTRAÇÃO e IMAGINAÇÃO, mas mais que tudo exigiu ENTREGA, o que não é fácil para algumas pessoas (eu, no caso...), mas é essa SUPERAÇÃO que faz com eu que tenha mais vontade de participar, de ser ativa, de me fazer presente e poder contribuir com o que já adquiri. (WILMA).








PROTOCOLO de Ensaio nº 10


Encontro dos dias 19 e 20/03 (sábado e domingo)

Nosso encontro nesses dois dias não se deu na sala de ensaio, ocorreu de uma forma diferente. Saímos para visitar e entrevistar pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o fatídico acidente do Comurba. Houve entrevistas em que o grupo todo esteve presente e algumas em que nos dividimos em pequenos grupos.
A experiência foi muito significativa, as pessoas abriram as portas de suas casas e de suas lembranças para o grupo, e fomos muito bem acolhidos. Fizemos vários questionamentos e também o exercício de ouvir, ouvir foi tão importante quanto perguntar. A princípio foi como olhar de cima uma imagem refletida num lado e nos momentos posteriores às primeiras impressões, foi como mergulhar dentro do lago e se deixar envolver-se por inteiro. Foi assim que me senti. Realizamos tantas pesquisas, levantamos tantas informações, descobrimos tantas coisas, mas ouvir o que as pessoas que viveram naquela época tinham a dizer foi nos apropriar verdadeiramente do acontecimento, e não somente dele, mas de toda uma época e um modo de vida, nos apropriamos do contexto. Muito mais do que ouvir sobre o Comurba, ouvimos histórias de vida.
Fomos preparados para as entrevistas; preparados para ouvir, perguntar; fomos com objetivos claros, fomos buscar... No processo todo, desde o início, o que nos moveu e o que ainda nos move é a busca. As etapas estão acontecendo, o caminho se tecendo... E posso dizer que é muito bom fazer parte de tudo isso.

Neriane Libardi

PROTOCOLO de Ensaio nº 9

Dia 13/03 - domingo

O encontro foi amistoso, tranquilo. Fomos, no domingo pela manhã, ao estúdio do Sassá para organizarmos as entrevistas (próximo passo do processo) e deliberar sobre as perguntas a serem feitas.
Então,  de imediato, ligamos para os nossos contatos (pessoas a serem entrevistadas) para agendarmos os encontros.
A partir disso, ficou a expectativa pelo que viria. Acordamos que, devido a dificuldade de horário, nem todos os integrantes iriam a todas as entrevistas.
Conseguimos realizar os agendamentos e planejamentos para mais essa fase.

Djeisa Salgado