Eu caminhava entre verticais folhagens que se cruzavam e entrelaçavam, ofuscando meus olhos do vasto horizonte... Ontem estive lá novamente e percebi que as folhagens nas quais outrora eu me sentia perdida já não são mais as mesmas e nem mesmo eu.
Piracicaba, 05 de novembro de 2011
No encontro de hoje (sábado) levantamos várias questões a conversar. Pontuamos que seria um bom momento para colocarmos os protocolos em ordem e fazer algumas considerações sobre o FENTEPIRA. Encontramo-nos na Rotisserie do Samuel a fim de realizar o que nos propusemos.
Batemos um papo descontraído e iniciamos os protocolos, nos preocupamos em ajudar os colegas que estavam com os protocolos atrasados a organizar as ideias e a lembrar dos fatos que não poderíamos deixar de relatar, do que havíamos feito durante os ensaios...
Essa primeira etapa se prolongou tanto que ficamos até às 23h no espaço e não conseguimos discutir sobre o Festival. Ao final postamos esses protocolos e lemos juntos. O grande Elias estava presente, nos acompanhando e acrescentando nossas discussões. Recebemos também a ligação do Felipe (diretor) nos perguntando como estávamos – fiquei contente, estou com saudade! É bom saber que não estamos desamparados.
Acertamos os detalhes do que encontro de amanhã e nos despedimos.
Piracicaba, 06 de novembro de 2011
Hoje sim discutimos o FENTEPIRA e muitas outras coisas... que fazem parte do significado de COLETIVO que somos. Falamos sobre nossas questões administrativas e de nossos anseios e posicionamentos, pensamentos individuais e coletivos. O encontro foi na área de lazer da rua do porto, com a presença do Elias. Iniciamos falando do Festival, primeiro dos espetáculos assistidos e depois da nossa participação com as cenas extraídas do texto “Eles não usam black-tie”. Os espetáculos que nos trouxeram grandes aprendizados foram fomento para nossas articulações, entre eles estão “À meia noite um solo de sax na minha cabeça”, de Mário Bortolotto; “Kabul” e “Primus”. Percebemos o quanto o Festival tem sido importante e sempre uma oportunidade única de troca e aprendizado – umas das observações feitas por nós é que o bate papo (pós espetáculo) é quase que um espetáculo a parte e um rico momento permeado de conhecimento ao qual devemos prestigiar e valorizar muito. Conforme nossas experiências se ampliam percebemos o quanto a maturidade permite que enxerguemos coisas para as coisas não olhávamos antes.
Quanto às nossas apresentações na mostra paralela, no geral, achamos que não foram tão boas quanto a participação no Pirateatrando e conseguimos diagnosticar os motivos. Particularmente eu e Du achamos que nossa cena aconteceu, e de uma forma gostosa (mais isso foi nosso posicionamento enquanto dupla). Bem, um dos motivos que levantamos foi o zelo/cuidado que a organização do Festival não teve conosco, aconteceu em mais de uma de nossas apresentações... Não estávamos preparados para iniciar e tinham nos anunciado, ninguém veio nos perguntar se estávamos prontos para começar, se precisávamos de alguma coisa. Nos dias em que chegamos bem adiantados, tivemos que esperar fora do teatro para adentramos e prepararmos a cena. Houve também uma mudança inesperada do local da apresentação em um dos dias, por conta de que o teatro estava sem energia, no entanto, ninguém se lembrou de nos comunicar, nós que tivemos que procurar a organização para saber dos procedimentos. Ficamos um pouco chateados com esses “pequenos detalhes”. O Festival teve todo um zelo com a mostra oficial e a paralela ficou um pouco descuidada – esse foi um dos pontos negativos apontados por nós. Fomos convidados a participar e não fomos valorizados como parte da programação.
Finalizamos essa troca de ideias nos lembrando que as experiências são sempre válidas, portanto concluímos que valeu a pena sim.
Partimos para o cronograma. Nossa ideia inicial era organizar os dias que estavam por vir até o final desse ano, pois já tínhamos as datas, porém não o ‘o que fazer’. Como quase não teremos a presença dos nossos orientadores nos próximos finais de semana, decidimos que tínhamos que nos programar quanto às atividades. Surgiram várias ideias, uma delas foi montar propostas de cenas em cima do texto do Comurba; outra foi de nos aproximar do texto de uma “forma indireta”, que seria através de outras dramaturgias, literaturas, filmes etc. que pudessem nos levar para um universo mais amplo, tendo como ponto de partida a dramaturgia do Comurba; cogitamos também do grupo participar das oficinas da paixão e realizar nossos encontros no horário oposto. Então, alguns se opuseram a essas ideias, por conta de talvez iniciarmos um processo e termos que interrompê-lo com a chegada das férias. Uma das sugestões, acatada então por todo o grupo, foi que cada um de nós assumisse um dos encontros para conduzir, inclusive o Elias, com atividades, exercícios que cada um irá propor. Fechamos dessa forma. E o cronograma ficou assim:
SÁBADOS:
12/11 – Condução de Elias
19/11 – Condução de Wilma
26/11 – Condução de Eduardo
03/12 – Condução de Reisla
10/12 – Condução de Neriane
17/12 – Espetáculo “Viúva, porém honesta”
DOMINGOS:
13/11 – Condução de Cobra
20/11 – Condução de Augusto
27/11 – Condução de Samuel
04/12 – Condução de Djeisa
11/12 – Fechamento na chácara
18/12 – Espetáculo “Viúva, porém honesta
O ponto final do encontro foi pensarmos em formas de angariar fundos para o grupo o ano que vem, já bolando algumas alternativas (agendada previamente) a serem colocadas em prática ao longo do ano. Decidimos que deveríamos fazer um cronograma anual para isso também e, portanto, até o término desse ano já teremos essa questão fechada.
Percebemos que deixamos um pouco de lado nossas questões administrativas e isso têm nos prejudicado significativamente.
Chegamos à conclusão de que as reuniões são necessárias e que precisamos rever também algumas posturas do coletivo.
Para terminar o sábado, combinamos de assistir o espetáculo “Concerto de Ispinho e Fulô”, da Cia Do Tijolo, mas só eu, Cobra, Elias e Denilson conseguimos ver, o restante ficou para fora. Os ingressos eram limitados e às 19h já não tinha mais nenhum, a fila dos ‘sem ingresso’ estava imensa, tanto quanto a fila dos ‘com’. Eu achei realmente uma pena, porque muita gente ficou esperando uma hora na fila e tiveram que ir embora. Foi um lindo espetáculo! Acredito que mais essa questão deveria ser pensada pela organização do Festival, para que todo o público pudesse ser acolhido. Acredito que a tendência é que o FENTEPIRA conquiste renome no decorrer dos anos, levando mais pessoas ao teatro, e tudo que fica maior exige maiores trabalhos, mudanças e novas ideias. Meus queridos do Forfezinho, eu queria muito que todos vocês tivessem assistido.
Por hora não tenho mais nada a dizer, só que a reflexão faça parte sempre do dia a dia de cada um de nós. Um beijo,
Neriane.